O Questionário de Proust para conhecer mais sobre alguém

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Muito antigamente, mesmo antes do surgimento das redes sociais, as pessoas em grupos, galeras e tribos se juntavam em “rodas” para momentos de entretenimento como a brincadeira de fazer perguntas à queima-roupa umas às outras, com a finalidade de saber mais da vida (dos outros!).

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Essas rodas aconteciam nos pátios, salas de estar e nos grandes salões (os jogos de salões), quando elas se juntavam e sapecavam perguntas das mais simples, do tipo “qual é seu livro favorito” até perguntas das profundezas do caráter de quem estava sob questionário.

Detalhe: Um jogo de salão não era autoquestionamento, elas se divertiam fuçando a vida particular das outras pessoas do seu circuito social. Nem tudo, contudo, era nocivo. Muito pelo contrário, as brincadeiras de salão serviam para entreter e mesmo unir as pessoas, dando-lhes sentimento de identificação e pertencimento, já que as perguntas versavam sobre temas como amor, morte, felicidade, pensamentos, ideais, valores, sentido da vida e experiências de quem era entrevistado/a (convidado ou convidada a preencher o Álbum de Confissões.

Os jogos de salão eram muito populares entre os vitorianos. As brincadeiras de rodas de perguntas serviam também para investigar segredos e interesses, saber mais sobre uma pessoa por quem se tinha algum interesse específico, por exemplo, amores não confessados…

Uma interessante variação dessa brincadeira foi a invenção do jogo da garrafa, popular até hoje em dia, mas convenhamos, essa lúdica forma de entretenimento social tem uma finalidade unicamente subliminar de se conseguir deslocar aquele tal beijo daquela tal pessoa pela qual se guarda, em silêncio, um afeto. Ainda que a brincadeira também sirva para conhecer um pouco sobre as outras pessoas, ela tem lá seu fundo lascivo. E está tudo bem, claro!

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Já em se tratando de conhecer mais sobre as outras pessoas, você pode se divertir bastante seguindo os passos de personalidades como Aretha Franklin, as atrizes Lauren Bacall (Como Agarrar um Milionário) e Bette Midler (O Clube das Desquitadas), o poeta e dramaturgo Oscar Wilde, Karl Marx , Arthur Conan Doyle (criador da personagem de ficção Sherlock Holmes), o pintor francês Paul Cézanne, o escritor Norman Mailer (Um Sonho Americano), o cineasta Martin Scorsese (Os Bons Companheiros), o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e sua Michele Obama, que já responderam o Questionário de Proust, que você encontra no final dessa postagem.

O famoso e inquietante Jogo de Salão que entretinha as classes altas

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Cena de um jogo de Perguntas e Comandos retratado por James Gillray, em 1788

Contudo, vale a pena antes conhecer um pouco sobre a pitoresca história do Questionário.

Filho do patologista e epidemiologista Achille Adrien Proust e Jeanne Weil, de origem judaica, Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust (1871–1922) nasceu numa família rica, que lhe permitiu frequentar os maiores salões da alta sociedade da época.  

Autor de “Em Busca do Tempo Perdido” (À la Recherche du Temps Perdu), o ensaísta e romancista francês Marcel Proust, durante o século 19, contribuiu para popularizar ainda mais um jogo de salão extremamente populares que envolvia o preenchimento de um questionário destinado a revelar a verdadeira “natureza” de uma pessoa e agitava as classes alta e média na Europa e nos Estados Unidos durante a era vitoriana.

Proust não inventou esse jogo de festa, mas ele foi a pessoa mais extraordinária a responder a eles. Marcel Proust foi convidado a preencher questionários em dois momentos diferentes de sua vida, em eventos sociais.

Quando tinha 13 anos, na festa de aniversário de Antoinette Felix-Faure, Marcel Proust foi convidado a responder 15 perguntas no caderno de aniversário de sua amiga, intitulado “Um Álbum para Registrar Pensamentos, Sentimentos, etc.”

E quando tinha 20, ele foi convidado, em outro evento social, a preencher novamente outro questionário, cujas perguntas eram praticamente as mesmas, mas, tendo passado sete anos, suas respostas são um pouco diferentes.

O álbum de Antoinette foi encontrado, em 1924, pelo filho de Faure e publicado na revista literária francesa Les Cahiers du Mois, sendo leiloado em 27 de maio de 2003 pelo valor de € 102.000 ($ 113.609,46 USD).

O Questionário e as Respostas de Proust

Existem dois conjuntos sobreviventes de respostas às perguntas do álbum de confissões de Proust: o primeiro, de 1885 ou 1886, é para um álbum de confissões em inglês, embora suas respostas sejam em francês. A segunda, de 1891 ou 1892, é de um álbum francês, Les trusts de salon (“Confissões de sala de estar”), que contém traduções das questões originais, faltando algumas que estavam na versão em inglês e acrescentando outras.

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Por fim, listamos a seguir as perguntas do Questionário de Proust (dowload gratuito abaixo) para que você tenha a oportunidade de responder às mesmas perguntas que famoso ensaísta francês respondeu. Se você usar a primeira pessoa, ou seja, fazer um autoquestionamento, vai poder conhecer a si mesmo/a um pouco mais.

Se preferir destrinchar a vida de alguém no seu foco de interesse, as perguntas de Proust pode ser uma mão-na-roda. Apenas tenha cuidado para respeitar a intimidade de seu entrevistado/a e fique atento/a às respostas, sejam elas faladas ou o silêncio, risos nervosos ou indignação com as perguntas (será isso um mecanismo de defesa em ação? Defesa do quê?)


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Sobre o(a) autor(a)

Psicoterapeuta, comunicadora e produtora de conteúdo para redes sociais, autodescoberta em TEA, abraçou a terapia pela palavra para somar psicanálise clínica e comunicação à missão de facilitar processos de autoconhecimento, autodescoberta e autocuidado, que resultam em formas mais saudáveis de tornarem a vida mais plena e significante.

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